Excesso de adubação  - um problema ambiental e econômico
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18 fevereiro, 2025

Excesso de adubação - um problema ambiental e econômico

Você sabia que o uso exagerados de fertilizantes pode se tornar um problema a mais para ser enfrentado? Questões químicas, físicas e biológicas são afetadas.

Com a crescente demanda por alimentos, devido ao aumento populacional, é necessário que as áreas agrícolas sejam cada vez mais eficientes e produtivas. Muitos avanços já foram alcançados nas diversas áreas da agricultura. Sementes mais vigorosas, defensivos mais eficientes, manejos mais precisos, entre outros setores, que se desenvolvem constantemente. 

Uma questão fundamental para superar as adversidades é a nutrição de plantas. O uso de fertilizantes proporcionou aos agricultores aumentar as produtividades e tornar as áreas mais rentáveis. Porém, o uso excessivo de fertilizantes pode ser um problema a mais para ser enfrentado. 

O equilíbrio entre doses, fontes e momentos de realizar as adubações devem ser estudadas para tornar o sistema agrícola mais produtivo. Um desarranjo entre esses conceitos pode gerar queda de produtividade,  poluição dos lençóis freáticos e contaminação das águas.

O excesso de fertilizantes também gera custos maiores, sem necessidade, trazendo menos lucro no final das contas. Além de comprometer a saúde das plantas, fazendo com que pragas e doenças sejam mais danosas aos cultivos.  No solo, o excesso de nutrientes faz com que a absorção seja desequilibrada, como é o caso do potássio e do magnésio. O alto teor de potássio, faz com que a planta não absorva o magnésio, ou absorva em menores quantidades, levando a uma possível deficiência nutricional. 

No caso das leguminosas, como a soja e o feijão, o excesso de nitrogênio afeta diretamente a fixação biológica de nitrogênio (FBN). A FBN é o processo responsável pela transformação do nitrogênio atmosférico (N2) em formas assimiláveis pelas plantas, dispensando a utilização de adubos químicos. Esse processo acontece nos nódulos, estruturas que infectam as raízes e realizam a troca com as plantas.

Quando utilizamos fontes nitrogenadas,  a planta entende que não precisa gastar energia fornecendo recursos para as bactérias fixadoras de nitrogênio, pois já tem o elemento ali disponível. Entretanto, o nitrogênio fornecido via adubação é facilmente perdido, por lixiviação ou volatilização, o que acarreta em deficiência de nitrogênio ao longo da safra. Resultando, assim, em plantas menos produtivas.

A parte biológica do solo também é afetada com a  superadubação, como por exemplo, os fungos micorrízicos. Estes microrganismos penetram nas raízes das plantas e servem como uma extensão, explorando camadas maiores de solo. Auxiliando assim, na maior absorção de águas e nutrientes. Outra função muito importantes dos fungos micorrízicos é a solubilização e disponibilização do fósforo paras plantas. Este nutriente é de extrema importância no desenvolvimento vegetal, todavia, os solos brasileiros, em geral, são pobres em fósforo.  Porém, um excesso de fósforo no solo prejudica o desenvolvimento destes fungos, fazendo com que não aconteça essa interação tão benéfica as plantas.

Em resumo, o manejo inadequado das adubações e a oferta desbalanceada de nutrientes, geram riscos aos cultivos agrícolas. Para que haja coerência entre custos, fontes, doses e produtividade, é necessário respeitar o que cada planta precisa.  A adoção de manejos sustentáveis, tornam a agricultura mais resiliente e preparada para seguir alimentando a população crescente, garantindo um futuro promissor para o setor.

 

REFERÊNCIAS 

BARROS, J. Fertilidade do solo e nutrição das plantas. 2020.

HUNGRIA, M.; CAMPO, R. J.; MENDES, I. C. Fixação biológica do nitrogênio na cultura da soja. EMBRAPA, 2001, 48 p. (Circular Técnica, 35).

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