
12 fevereiro, 2025
Adubação verde e rotação de culturas
Saiba quais os benefícios destas práticas e como a Ferticorreção pode ajudar
História
O uso de plantas de serviço para adubação verde e rotação de cultura tem registros milenares, datados de mais de 4 mil anos a.C, realizadas de forma totalmente prática e empírica. Contudo, somente no final do século XIX, seus benefícios foram comprovados cientificamente.
Práticas de conservação de solo como o plantio direto, a Ferticorreção e a rotação de culturas integram um conjunto de escolhas que auxiliam o agronegócio a evoluir de maneira eficiente, rentável e que respeitem o meio ambiente.
Adubação verde
A adubação verde consiste em utilizar plantas, muitas vezes sem interesse econômico direto, para serem cultivadas e cortadas/acamadas/dessecadas, para servirem como cobertura de solo. Esta cobertura vegetal pode ser deixada sobre a superfície do solo ou ser incorporada. Quando bem manejada, a palhada oriunda de culturas antecessoras também beneficia o Sistema de Plantio Direto (SPD), uma vez que otimiza o uso da água, reduz a temperatura e protege o solo da erosão.
Rotação de culturas
Com mesmo princípio conservacionista do solo, a rotação de culturas visa alternar diferentes culturas, em um mesmo local, respeitando uma sequência técnica e lógica. Evitando assim a monocultura, que é uma das principais causas das perdas de produtividade.
Quanto mais espécies cultivarmos em nossos solos, mais diversidade e estabilidade de produção teremos. Contudo, a seleção das plantas deve ser cuidadosamente planejada, a fim de evitar que se tornem hospedeiras de pragas e doenças que possam afetar a cultura subsequente.
A utilização de cobertura de solo também gera um efeito supressor na incidência de plantas daninhas. Os restos culturais formam uma barreira física que sombreia e dificulta a germinação das plântulas. O efeito alelo químico, decorrente da decomposição da palhada, também é outro fator que interfere no crescimento de plantas invasoras. Além de ser eficiente para o controle, também se faz interessante, pois diminui ou dispensa o uso de herbicidas.
Na escolha das plantas de serviço também é importante observar a disponibilidade de sementes, época de plantio, maquinário disponível e se a cultivar utilizada é propensa para área escolhida. Fatores de solo, clima e manejo interferem diretamente na qualidade da cobertura vegetal.
A Ferticorreção em plantas de serviço
A Ferticorreção contribui para o bom desenvolvimento das plantas de serviço, beneficiando, também, a cultura principal. O aporte nutricional com doses de reposição dos nutrientes e respeitando o ciclo vegetal, promove benefícios como:
- Controla a acidificação
- Aumento do sistema radicular
- Melhor eficiência na absorção de água e nutrientes
- Maior produção de massa verde
- Maior ciclagem de nutrientes
- Resistência a estresses biótipos e abióticos
- Cria um ambiente propício ao crescimento vegetal
- Potencializa os benefícios das plantas de cobertura
- Efeito residual para as próximas culturas
Exemplos
Ao manejar adequadamente as plantas de serviços, criamos um ambiente de produção melhor para as culturas subsequentes. Por exemplo, uma Brachiaria que antecede a soja e recebe o manejo da Ferticorreção, aprofunda mais suas raízes. Com isso, ocorre a ciclagem de nutrientes que estão em camadas mais profundas. Cria-se canais de aeração e aumenta a produção de matéria seca. Resultando em uma maior cobertura vegetal que protege o solo da erosão e cria um microclima excelente, regulando a temperatura e a umidade do solo.
Plantas de cobertura também proporcionam o aumento do teor de matéria orgânica, promovendo melhorias nas condições físicas, químicas e biológicas do solo.
A história e a evolução do uso de práticas agrícolas sustentáveis mostram a importância de integrar ciência e sustentabilidade no manejo do solo. O desafio atual está em compreender e implementar estratégias agronômicas eficientes como a adubação verde, a rotação de culturas e a Ferticorreção em conjunto. Cada escolha é uma oportunidade de inovar, respeitar o meio ambiente e buscar resultados mais rentáveis.
REFERÊNCIAS
BALBINOT JR., Alvadi Antonio et al. Épocas de dessecação de coberturas de inverno em relação à semeadura do milho: infestação de plantas daninhas e produtividade da cultura. Scientia Agraria, Paraná, v. 8, n. 2, p. 111-117, 2007.
EMBRAPA SOJA. Tecnologias de produção de soja: região Central do Brasil 2012 e 2013. Londrina: Embrapa Soja, 2011. 261p. (Sistemas de Produção 15).
FIDELIS, R. R. et al. Alguns aspectos do plantio direto para cultura da soja. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 19, n. 1, p. 23-31, jan./abr. 2003.
MARIN, C. M.; SANTOS, E. L.; BALBINOT JUNIOR, A. A. Produtividade e componentes de rendimento da soja em função da quantidade de palha de milho e braquiária. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA, 8, 2018, Goiânia. Inovação, tecnologias digitais e sustentabilidade da soja. Anais... Brasília, DF: Embrapa, 2018, 2018.
PEREIRA, Renata A. et al. Influência da cobertura de ave preta e milheto sobre comunidade de plantas daninhas e produção de soja. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v. 6, n. 1, p. 1-10, 2011.
SOUZA. C. M. et al. Adubação verde e rotação de culturas. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2012.
Continue lendo nosso blog
Ficou com alguma dúvida?
Entre em contato pelo formulário abaixo.